O que é o amor senão uma chama ardente em nossos corações que traz a felicidade libidinal?
É ele que nos faz sair descalços entre a bruma da madrugada, em uma busca incessante do que nos torna maiores e melhores. É o brilho do que se vê e do que se ouve, tendo ressonância conosco como pontos taquiônicos do universo.
Chega em nossas vidas e vai preenchendo todos os espaços, inclusive o âmago. Na ânsia libertadora de encontrar o seu colo, cortamos caminhos para a tal felicidade que irradia luzes com a capacidade e a velocidade da luz.
E, é quando estamos com ele transbordante e profuso que, num singular rebento, se esvai com a rapidez e a transformação que surge pelo que passamos a não nos entender. Nos sentimos estranhos. Muitos evocam sensações de imperfeição, de medo e, de que estamos algo enlouquecendo ou loucos.
É aí que nos damos conta da perversão do que é a realidade. Uma realidade encarada de frente, pois não temos como mudar a rota do que é nossa essência.
Essa verdade universal nos acomete muitas vezes em forma de socos ou murros no peito, e nosso coração começa a sangrar. Brutal realidade? Não, só a fatalidade que exercita entre nós o tenro destino de viver com o tal sofrimento. Ele, vilão, nos acomete na mais incrédula hora. E, tem o nome de sofrimento ou subtrator da felicidade, aquela parceira que vinha conosco e nos faz leves como pássaros voando para quaisquer cantos.
A perda, essa navalha, seria apenas um prólogo de um livro. Pois não é. Se manifesta e vem num recanto onde a alma esbraveja a cor e o cheiro das nossas afetivas lágrimas. E, por derradeiro, temos que enxugá-las, encher o peito de ar e dar um respiro acre. Sim, você faz parte de mim e te enfrento. Assim como um rebento liberta hormônios da paixão ao nascer e os amamos para a eternidade, você, perda, também nasce para ensinarmos que não somos soberbos para mantê-la enclausurada. O sentimento, manifesto maior do amor e da felicidade, é o remetente que o coração consegue derreter e novamente se encher para viver. E nos dizem que isto é natural.
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